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07/03/2015

eu quero sair!

esse corpo, esse corpo que não diz chega! esse corpo que aguenta a guerra, o tempo e o amor. esse corpo que dói. e como é boa a dor. a pele que me falta, tampa da erupção cutânea que leva ao centro do ser. o sangue escorrente lava de vulcão. o sangue me lembra que estou viva, a dor me lembra que estou viva. esses músculos que não param, não param de se mexer! deus, como eu queria a paz do que é parado! esses músculos me lembram que estou viva. tudo grita, a vida grita e por baixo dessa carapaça de carne eu me debato, amarrada por mim mesma, esperneio arfando fugir. só arrebentando o tecido eu consigo sair. eu quero sair, eu preciso sair! a lágrima já não basta, as palavras já não bastam. esse corpo já não basta. eu preciso de todos, de tudo o tempo todo e agora!