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24/05/2011

das miragens

















eu quero escrever sobre as ilusões, sobre o estado de sonho. sobre o tempo perdido e o tempo encontrado.
fazer tempo. fazer amor. doce e difícil como bala que puxa.

22/05/2011

dessas coisas que não tem rima nem solução

vou escrever pra você. porque é você que está no meu coração. ainda que eu não saiba o que dizer, a vontade de falar me faz escrever pra você. porque é você que está no meu coração. queria a leveza dos seres nuvem. queria a paz dos seres silêncio. queria a segurança dos seres certeza. mas há loucura. o suficiente pra chover, gritar e não saber mais. te perdoo, te amo, te odeio, te perdoo. te amo? te odeio? te perdoo? uma musiquinha aqui pra disfarçar. uma comidinha ali pra esquecer. um texto assim pra consolar. vou escrever pra mim. porque você está no meu coração. ainda que eu não saiba o que dizer, a vontade de falar me faz escrever, pra mim. porque o coração é meu.

15/05/2011

meio de maio

descobrir tesouros guardados e esquecidos no fundo de um armário. #ameliepoulainfeelings. ter um fim de tarde digníssimo com as amigas. chorar as mágoas, destilar o veneno, sofrer o amor. ler poesia e horóscopo, beber vinho, champanhe, coca-cola, comer pipoca e brigadeiro, ser linda, sempre! e na noite errante, errar nômade, bater de porta em porta até acertar a casa certa. voltar naquele limiar do dia, quando ainda é noite e não mais. se sentir jovem e velha. dormir com uma vista de marie antoinette pintada por van gogh: um lago cinza azulado, emoldurado de árvores negras e um horizonte roxo acinzentado pingado de pontos amarelos, logo acima faixas de amarelo gema, lilás, magenta, verde menta pastel dissolvendo num azul cor de lago. uma nuvenzinha cinza e baça no alto, assim, meio se desmanchando... e em um movimento, no tempo de uma frase, nuvens cor de espumante se comprimindo até virarem uma grande massa rosé cortando o céu em faixa. uma música fim de festa sujando o silêncio da aurora e uns passarinhos arriscando timidamente anunciar o início do fim da semana.

11/05/2011

era dos descobrimentos

quero um barquinho azul pra navegar na imensidão

nos teus olhos de mar
no teu coração de mar
no meu coração de água mole.

05/05/2011

derrame cerebral

a chuva entrou no meu quarto pela janela do meu corpo. a gotinha correu o vidro como uma estrela cadente. fiz um pedido. quanto mais eu dentro do mundo, mais mundo dentro de mim. vazamento do ser. pedi pra chorar lá fora e não dentro de mim, pra verter no coração dos outros, não no meu. pedi pra ser aquilo que sempre quis. pra parar de ouvir aquela música, pra que ela parasse de falar comigo, pra que meu cérebro voltasse a si. quis me embriagar de pol rémy e vomitar poesia. poesia tripenta, dessas guardadas, revirando o estômago na ressaca. maldita insônia lúcida, maldito corpo cansado. a chuva entrou no meu corpo pela janela do meu quarto. a gotinha correu o vidro brilhando com pressa. tremelicando, deixando rastro de lesma.