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27/06/2011

perder-se


pressão nos canos. da fresta sai gotinha. desgarramento sem hora. essa coisa chamada ansiedade. aquela outra coisa chamada música. e ainda a coisa picasso. tudo me desconcentrando. fui apresentada a um quadro. antigo meu, conhecido de outros tempos, depois mesmo de tê-lo dentro de mim. lembrava daqueles olhos. aquele vazio que me revirava as entranhas há anos. anos buscando a resposta da pergunta que não foi feita. vi o vazio olhando pra mim em carne, o mesmo vazio de picasso em tinta. que beleza um quadro vivo. que beleza! ia escrever sobre os surtos, sobre a lágrima, sobre a gotinha de sentimento desgarrada do ser de dentro, sobre a fome, sobre a desconcentração. mas a beleza tem um que de sobrevivência.

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