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02/01/2013

journal RI

de pintos, peitos e periquitas a praia é abundante. crianças roliças e mulheres roliçantes rolam na areia. e nessas passagens simbólicas algumas coisas ficaram, como o menino que ainda puxava um carrinho bip bip pela calçada, ou o ruivinho que corria na areia, a sunga quase tão vermelha quanto seus cabelos. o resto passou. os bancos de praça, os travestis, os chinelos, os cachorros e o baby wipe. muita coisa passou pela pele, pouca coisa virou pinta. os vickings, piratas e ciganos, por exemplo, sempre mancham. paguei 10 reais por poesia barata. o suco acabou em um gole. o passo tinha cheiro de tinta, cheiro de francia. a revolução eram borboletas de papel sujando as ruas. o centro estava tranquilo e nem era domingo. me perdi em uma travessa cheia de histórias de amor. comecei tímida, incerta. depois fui me empolgando. poesia boa não tem preço. as fachadas da memória foram restauradas, tudo por dentro mesmo, porque aqui a coisa medo ainda ronda. olhei para omar e cansei do amor. fui embora sem dar tchau. desisti da minha cama e quase engasguei com a uva da formatura. acho que lido melhor com dinossauros do que com baratas.

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