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18/04/2012

uterus

o céu estava ali, devassado na minha frente. era tão azul... era indecente! e como me engolia. eu já não era uma mulher com sede de mundo, era uma menina sozinha no tempo. era um soco no estômago, era a vida tomando conta de mim. vida, eu quero que você aconteça, mas eu tenho tanto medo! quando olhei para o lado, vi a chuva que chegava ameaçando frio e escuridão. eu queria gritar, sair correndo e avisar o céu, queria salvar a calmaria azul. queria roubar aquela chuva pra mim, queria que ela me alcançasse, pois eu já era tempestade. mas quem me encontrou foi minha mãe. e no tempo de um abraço a nuvem desapareceu. clarice estava certa: mãe é não morrer.

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