contando os dias...
24/08/09
Ois queridos!
Já na
terceira semana, vamos aos fatos (hoje, confesso, estou um pouco
preguiçosa pra escrever - olha que beleza um parágrafo a menos para ler)
Bom, vamos ver se eu ainda me lembro.
Quando a memória falha, recorro ao bloquinho de anotações dos gastos,
nunca falha! E se falha, é por alguns centavos, então nada que faça
muita diferença neste tipo de relato. O bloquinho de gastos diz que a
semana foi curta, porque só gastei 10 euros por dia. mas falando
sério agora, não estou encontrando o bloquinho de gastos, então à sorte
com a pobre memoria.
Sei que eu fui no museu
picasso que vai fechar, por sabe-se lá quanto tempo, para reformas.
Nossa! QUE MUSEU MARAVILHOSO! Juro, fiquei encantada. 4 andares de
exposição de um só artista, e não tinha uma obra que não fosse uma
beleza! Um quarto do dinheiro da semana só em postais! Que
multiplicidade de tecnicas, de estilo, tantos artistas em um só. Uma
coisa. É capaz d'eu voltar lá mais uma vez antes que feche de vez.
Também fui num barzinho mexicano (não me pergunte porque) com a karina +
familia + um amigo soldado do marido
soldado da karina. Marrom bombom segundo ela mesma. Homem forte e
tímido. Frances. Difícil de comunicar. Enfim, esperou o bonde - olha que
antigo - comigo porque já era de noite. Um cavalheiro, ou melhor, um
soldado. Nessa
empreitada descobri a rua dos barzinhos/pubs/cafés/boates animados dessa
cidade. Um verdadeiro oásis no meio de um deserto.
Falando
em Oásis, esse fim de semana vou no show do Oasis. ta, não é só do
Oasis gente, calma, não pagaria em euros por isso. É um festival! Vão ter muitas coisas conhecidas, algumas boas, e outras tantas desconhecidas e
talvez até melhores. Esse fim de semana próximo que se achega.
Também
fui num museu +ou- ver uma exposição de um novayorkino +ou-. A idéia
era boa, a técnica era boa, mas no final não sei se funcionava. O nome do
cara era George Condo.
Esqueci de contar da
empreitada da outra semana. Faltou no Journal 2. Arrastei mamis prum
buraco indie, ou melhor pruma praia indie. Praia indie? E isso existe?
Mas lógico! Foi-se o tempo em que praia era antro de pagodeiros,
sambistas, piriguetes e surfistas! Praia hoje é in, ainda mais aqui em
Paris. Já não falei da praia de beira rio daqui? Pois é. Aqui no verão
também tem praia de beira rua. No meio da cidade, ta, nem tão no meio
assim, lá na ponta norte da cidade, beirando a periferia, já num lugar
mais sujo e mais feio que o centro, um cercadinho de bambu
fino. Ué, e tem bambu em Paris? Mas lógico, tem bambu até na China, não
ia ter em Paris? Aí você entra no cercadinho e descobre: detras do bambu fino
existe areia, bangalôs com teto de palha vendendo bebidas alcoólicas
frescas e cadeiras de praia! Sim, cadeiras de praia, dessas difíceis de
montar e mais difíceis ainda de sentar. E um palco, quase me esqueci.
Por isso que todos os franceses estão no brasil! Aí... demora mais
uma hora e pouco, o pessoal já jogando bocha (bocha aqui também é super in,
aprendam a jogar bocha antes de vir para cá, garantia de amigos e muito
sucesso! tem bocha em todos os parques e no meio das ruas também, tudo aqui
é no meio da rua né, já deu pra perceber) Aí começa o chow (ta
vendo, já esqueci o portugues E o ingles, daqui a pouco fico muda) Duas
bandas. Uma meio ruim. A outra, cujos
componentes eram simplesmente todos os meninos bonitos daquele lugar,
coincidentemente era a melhor, chama-se não me lembro agora. Enfim.
Semana
passada também esqueci de comentar sobre a feira de 1 euro. Ou minha
memória já está tão ruim que eu comentei e esqueci? Uma barganha!
Coisas velhas, usadissimas e algumas outras novas na caixa, tudo a
partir de um euro. Panelas por 5. Louças, talheres, chapéus, bolsas,
roupas, vidros, antiguidades, raridades, falsidades, tudo que você
imaginar tinha lá. Uma feira do paraguai caindo aos pedaços. E ao invés
dos chineses e coreanos, árabes e africanos.
Hum...
que mais? Ah sim, a parte importante: fui numa entrevista de emprego!
Ai meu deus, sim, entrevista de emprego, a minha primeira entrevista de
emprego, formal e em frances! Numa produtora de tv a cabo daqui. Faz
programinhas e distribui pros canais. Era para um estagio de 3 meses em
assistência de direção de um desses programinhas. ai que nershvoso!
Tremi o dia todinho, suei frio o dia todinho. Eta menina maluca! A entrevista durou 1hr. Acho que
isso é um bom sinal! Agora é torcer pros meus concorrentes não serem
melhores.
Hoje
voltei no museu de coisas velhas (olha o pleonasmo) o tal da idade
media. fui ver as coisas com calma, que da outra vez tava impossível.
até o fim do mes que vem tem uma exposição temporaria sobre o banho. Lá
da epoca dos gregos/romanos. Tinha os vidros com as maquiagens que elas
usavam, as substancias que elas usavam para colorir os cabelos, os
adereços de cabelo, tudo. uma belezinha.
Ah
sim, e a outra parte importante. Ontem fui no Caravane (pros que não
sabem, é o barzinho que regou nossas noites parisienses de mochilão. Era
simplesmente o unico lugar que a gente encontrou que valia a pena pra
sair a noite)! Diegô tava lá (pros que não sabem, era o barman que
atendeu a gente na primeira noite. Colocou funk em nossa homenagem).
Em um ano a vida dele não parece ter mudado em nada! Nem o cavanhaque. Agora ele tem um colega de turno. Um bailarino russo de matar a pau
o diegô. Mas como fui cedo para voltar cedo, nem deu pra ver muito o
movimento, mas foi uma delicia, do jeito que só o caravane consegue ser.
Fui com a Karina. Bebemos mohito, cosmopolitan e punch (um trem forte que parecia
uma caipirinha de rum sem gelo) aí colocamos o gelo (como boas
brasileiras). Também dividimos uma tabua de queijos (como boas
aspirantes à francesas). E tinha um que Deus do céu, que maravilha! Não me
lembro o nome, mas levava pimenta do reino, e deus do céu, que
maravilha!!!
No mais, acabaram as noticias.
Faltou o resumão, as cenas lindas que acontecem assim, perdidas no dia,
que eu por um minuto penso em anotar, mas nunca tenho uma caneta, muito
menos papel... e elas acabam se perdendo no tempo. Tem uma que me lembro:
um grupo de amigas turistas americanas, pedindo prum senhor tirar uma
foto delas no metrô. Nossa como riam, que diversão! acharam que o cabelo estava
ruim na foto e pediram para bater outra. Reparei nas outras pessoas
que também assistiam a cena. Os sorrisos desabotoavam do canto de cada
boca. Inclusive da minha. Impossível não sorrir com aquela graça toda. Cheguei a conclusão de
que a melhor categoria que se chega numa vida é a de turista. Quando eu
crescer eu quero ser turista! Nenhum compromisso, com ninguém, nem
lugar nenhum. Uma beleza. Não tem que fazer compra toda semana, nem
lavar roupa. Só gastar dinheiro.
Também
tem a diquinha de moda: Meninos, camisa de botão é aberta até o meio
do peito hein!? Também tem que amarrar o cadarço pra trás da língua do
tênis.
Meninas, as bijus são de metal. Nada de miçanga, nem resina, nem semente! O negócio aqui é correntinha, pulseirinha, bijusinha.
Tinha mais, mas também esqueci. Vou me lembrando aos poucos.
Pelo
visto minha preguiça foi dormir, e quem deve ter mesmo dormido com esse
email são vocês aí do outro lado do oceano. E falando em oceano, a chuva
só não está mais rápida que papai noel! Brasilia e Paris em plena
sintonia, vejam só! Chove aí, chove aqui também. Hoje caiu uma chuva
rápida em toda a cidade. Foi bom para os narizes, para as gargantas e
para as plantas! O unico porém é que com o céu escuro como pano de fundo
as construções aqui ganham um tom bem mais sinistro, quase de filme de
terror, quase.
Bisous nos cous (calma gente, calma. Cou é pescoço, cou é pescoço)