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14/05/2012

journal FIII

contando os dias...


24/08/09
Ois queridos!

Já na terceira semana, vamos aos fatos (hoje, confesso, estou um pouco preguiçosa pra escrever - olha que beleza um parágrafo a menos para ler)

Bom, vamos ver se eu ainda me lembro. Quando a memória falha, recorro ao bloquinho de anotações dos gastos, nunca falha! E se falha, é por alguns centavos, então nada que faça muita diferença neste tipo de relato. O bloquinho de gastos diz que a semana foi curta, porque só gastei 10 euros por dia. mas falando sério agora, não estou encontrando o bloquinho de gastos, então à sorte com a pobre memoria.

Sei que eu fui no museu picasso que vai fechar, por sabe-se lá quanto tempo, para reformas. Nossa! QUE MUSEU MARAVILHOSO! Juro, fiquei encantada. 4 andares de exposição de um só artista, e não tinha uma obra que não fosse uma beleza! Um quarto do dinheiro da semana só em postais! Que multiplicidade de tecnicas, de estilo, tantos artistas em um só. Uma coisa. É capaz d'eu voltar lá mais uma vez antes que feche de vez.

Também fui num barzinho mexicano (não me pergunte porque) com a karina + familia + um amigo soldado do marido soldado da karina. Marrom bombom segundo ela mesma. Homem forte e tímido. Frances. Difícil de comunicar. Enfim, esperou o bonde - olha que antigo - comigo porque já era de noite. Um cavalheiro, ou melhor, um soldado. Nessa empreitada descobri a rua dos barzinhos/pubs/cafés/boates animados dessa cidade. Um verdadeiro oásis no meio de um deserto.

Falando em Oásis, esse fim de semana vou no show do Oasis. ta, não é só do Oasis gente, calma, não pagaria em euros por isso. É um festival! Vão ter muitas coisas conhecidas, algumas boas, e outras tantas desconhecidas e talvez até melhores. Esse fim de semana próximo que se achega.

Também fui num museu +ou- ver uma exposição de um novayorkino +ou-. A idéia era boa, a técnica era boa, mas no final não sei se funcionava. O nome do cara era George Condo.

Esqueci de contar da empreitada da outra semana. Faltou no Journal 2. Arrastei mamis prum buraco indie, ou melhor pruma praia indie. Praia indie? E isso existe? Mas lógico! Foi-se o tempo em que praia era antro de pagodeiros, sambistas, piriguetes e surfistas! Praia hoje é in, ainda mais aqui em Paris. Já não falei da praia de beira rio daqui? Pois é. Aqui no verão também tem praia de beira rua. No meio da cidade, ta, nem tão no meio assim, lá na ponta norte da cidade, beirando a periferia, já num lugar mais sujo e mais feio que o centro, um cercadinho de bambu fino. Ué, e tem bambu em Paris? Mas lógico, tem bambu até na China, não ia ter em Paris? Aí você entra no cercadinho e descobre: detras do bambu fino existe areia, bangalôs com teto de palha vendendo bebidas alcoólicas frescas e cadeiras de praia! Sim, cadeiras de praia, dessas difíceis de montar e mais difíceis ainda de sentar. E um palco, quase me esqueci. Por isso que todos os franceses estão no brasil! Aí... demora mais uma hora e pouco, o pessoal já jogando bocha (bocha aqui também é super in, aprendam a jogar bocha antes de vir para cá, garantia de amigos e muito sucesso! tem bocha em todos os parques e no meio das ruas também, tudo aqui é no meio da rua né, já deu pra perceber) Aí começa o chow (ta vendo, já esqueci o portugues E o ingles, daqui a pouco fico muda) Duas bandas. Uma meio ruim. A outra, cujos componentes eram simplesmente todos os meninos bonitos daquele lugar, coincidentemente era a melhor, chama-se não me lembro agora. Enfim.

Semana passada também esqueci de comentar sobre a feira de 1 euro. Ou minha memória já está tão ruim que eu comentei e esqueci? Uma barganha! Coisas velhas, usadissimas e algumas outras novas na caixa, tudo a partir de um euro. Panelas por 5. Louças, talheres, chapéus, bolsas, roupas, vidros, antiguidades, raridades, falsidades, tudo que você imaginar tinha lá. Uma feira do paraguai caindo aos pedaços. E ao invés dos chineses e coreanos, árabes e africanos.

Hum... que mais? Ah sim, a parte importante: fui numa entrevista de emprego! Ai meu deus, sim, entrevista de emprego, a minha primeira entrevista de emprego, formal e em frances! Numa produtora de tv a cabo daqui. Faz programinhas e distribui pros canais. Era para um estagio de 3 meses em assistência de direção de um desses programinhas. ai que nershvoso! Tremi o dia todinho, suei frio o dia todinho. Eta menina maluca! A entrevista durou 1hr. Acho que isso é um bom sinal! Agora é torcer pros meus concorrentes não serem melhores.

Hoje voltei no museu de coisas velhas (olha o pleonasmo) o tal da idade media. fui ver as coisas com calma, que da outra vez tava impossível. até o fim do mes que vem tem uma exposição temporaria sobre o banho. Lá da epoca dos gregos/romanos. Tinha os vidros com as maquiagens que elas usavam, as substancias que elas usavam para colorir os cabelos, os adereços de cabelo, tudo. uma belezinha.

Ah sim, e a outra parte importante. Ontem fui no Caravane (pros que não sabem, é o barzinho que regou nossas noites parisienses de mochilão. Era simplesmente o unico lugar que a gente encontrou que valia a pena pra sair a noite)! Diegô tava lá (pros que não sabem, era o barman que atendeu a gente na primeira noite. Colocou funk em nossa homenagem). Em um ano a vida dele não parece ter mudado em nada! Nem o cavanhaque. Agora ele tem um colega de turno. Um bailarino russo de matar a pau o diegô. Mas como fui cedo para voltar cedo, nem deu pra ver muito o movimento, mas foi uma delicia, do jeito que só o caravane consegue ser. Fui com a Karina. Bebemos mohito, cosmopolitan e punch (um trem forte que parecia uma caipirinha de rum sem gelo) aí colocamos o gelo (como boas brasileiras). Também dividimos uma tabua de queijos (como boas aspirantes à francesas). E tinha um que Deus do céu, que maravilha! Não me lembro o nome, mas levava pimenta do reino, e deus do céu, que maravilha!!!

No mais, acabaram as noticias. Faltou o resumão, as cenas lindas que acontecem assim, perdidas no dia, que eu por um minuto penso em anotar, mas nunca tenho uma caneta, muito menos papel... e elas acabam se perdendo no tempo. Tem uma que me lembro: um grupo de amigas turistas americanas, pedindo prum senhor tirar uma foto delas no metrô. Nossa como riam, que diversão! acharam que o cabelo estava ruim na foto e pediram para bater outra. Reparei nas outras pessoas que também assistiam a cena. Os sorrisos desabotoavam do canto de cada boca. Inclusive da minha. Impossível não sorrir com aquela graça toda. Cheguei a conclusão de que a melhor categoria que se chega numa vida é a de turista. Quando eu crescer eu quero ser turista! Nenhum compromisso, com ninguém, nem lugar nenhum. Uma beleza. Não tem que fazer compra toda semana, nem lavar roupa. Só gastar dinheiro.

Também tem a diquinha de moda: Meninos, camisa de botão é aberta até o meio do peito hein!? Também tem que amarrar o cadarço pra trás da língua do tênis.

Meninas, as bijus são de metal. Nada de miçanga, nem resina, nem semente! O negócio aqui é correntinha, pulseirinha, bijusinha.

Tinha mais, mas também esqueci. Vou me lembrando aos poucos.

Pelo visto minha preguiça foi dormir, e quem deve ter mesmo dormido com esse email são vocês aí do outro lado do oceano. E falando em oceano, a chuva só não está mais rápida que papai noel! Brasilia e Paris em plena sintonia, vejam só! Chove aí, chove aqui também. Hoje caiu uma chuva rápida em toda a cidade. Foi bom para os narizes, para as gargantas e para as plantas! O unico porém é que com o céu escuro como pano de fundo as construções aqui ganham um tom bem mais sinistro, quase de filme de terror, quase.

Bisous nos cous (calma gente, calma. Cou é pescoço, cou é pescoço)

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