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18/06/2012

joural FVI

eu ia escrever sobre... mas paris dentro pulsa, e me salva.


16/09/09
Ois mes chères!

Depois de uma semaninha infernalmente tepeemastrálica, eu volto a descobrir o que é o amor. O céu é mais uma vez azul, as flores já tem cheiro e a música volta a me arrepiar. Ah... como é bom viver... em paris! hahahaha Pois é. Voltei a ser gente. Acho que quem inventou a história do lobisomem era casado. Aí pra não ficar muito evidente de onde vinha a inspiração ele falou que a culpa era da lua. Mas coincidentemente, a lua cheia só acontece uma vez por mês... does it ring a bell?...

Aí o que posso contar, ou melhor cantar, já que estou gazelenta?... meu aniversário foi simplesmente bom. simplesmente, porque foi simples. bom, porque foi bom. não faltou ninguém (dentro das possibilidades): mãe, voio/voia, karina + familia. sobrou um amigo dela. mas era simpático, então também foi bem vindo. Ganhei presentins que me deixaram feliz também. Uma canequinha de infância, um pijama, um livro, sabonete e cartinhas, muitas cartinhas que me deixaram tão feliz! Obrigada pros que lembraram! Comi um risoto de queijo com frango. Tomei um vinho. Vimos a pontinha da torre eiffel acender as 10 horas da noite. Dormi.

Comecei o email já pelo fim da semana que foi a parte mais importante... mas antes disso também aconteceram outras coisas como a chegada dos meus avós, alguns passeios que fiz com eles... pequenas coisas que não valem o relato. Então ficamos só com o curioso. Quem diria que europeu é farofeiro? Ninguém, lógico. Peroquê, mis amigos, aquele piquenique que a gente ve nos filmes antigos, com aquelas toalhinhas brancas de renda, debaixo de uma arvore em 1800... aquilo lá, mis amigos, na bem verdade, não difere em nada da nossa boa e velha conhecida farofada! Aqui nessa terra, liberou uma grama, uma sombra, ou qualquer pedaço de chão alinhado em que não passem carros, mis amigos, tão lá, os farofeus, digo, europeus. aí cada um traz uma coisa. É batatinha, pão, salada, salame, vinho, suco, copo, talher, toalha, bolsa, abridor, afe maria! Eles só não levam o isopor. porque aqui toma-se tudo quente mesmo. ou melhor, frio, mas se esquenta ninguém liga. Então, mis amigos, ta com aquela fome, quer levar aquele frango assado pro clube, mas não acha classe? T'inquiete pas! Pode levar, leva mesmo! Aproveita e chama os amigos, leva a cervejinha, e se quiser leva o isopor também, porque cerveja brasileira quente, realmente, nem europeu aguenta.

Mas sim, agora explicando o porque da explicação: quarta feira meu amigo que dura 1 semana (oohh) Clément me chamou prum piquenique. Pra vocês terem uma ideia de como o piquenique é uma atividade extremamente praticada aqui na terrinha, eles tem até um verbo! Piquiniquer. Já imaginou se a gente libera um verbo pros farofeiros? Êta que ia ser a festa, ou melhor a farofa! Aí a gente foi fazer um piquenique - a noite - porque aqui pra piquinicar não tem hora, nem lugar, porque a gente foi fazer um piquinique no meio da ponte. oo dó. mas foi legal. tirando a parte que eu tive que abstrair a falta de higiene francesa quando vi o Clément cortar o pão direto no chão, com o queijo quase encostando no tenis. eca. Mas aqui também tem isso: ta no inferno, abraça o capeta; ta na chuva é pra se molhar; ta na frança... já deu pra entender né? Aqui quando você compra um crepe, melhor pagar depois que receber o alimento, porque tem esse negóço de mão que pega no presunto não pega no dinheiro não! Aqui, pegou no presunto, pegou no dinheiro, pegou na massa, coçou a cabeça, pegou no pão etc.

Sexta eu também fui no Caravane com a karina-familia+amigo. O amigo tava meio mal humorado porque ele era fino, e o caravane é rock n' roll então não tem gente fina. E o tipo do amigo era "modelo italiano de propaganda de perfume". enfim. Também foi uma carioca carente com a gente. Ai, uma mulher que conheci no ônibus e que me deu um pouco de agonia porque ela é ligada na tomada. Ai que nervoso que dá. Ela me ligou perguntando que que eu ia fazer. Falei assim, meio gemendo que eu já tinha combinado com uma amiga e... ela "Ah, e eu to convidada?" como você responde uma pergunta dessas? ou melhor, quem faz uma pergunta dessas? Sendo que eu só tinha visto a dita 2x na minha vida e falado menos de 5 minutos em cada vez? Aí eu gaguejei tentando pensar rapido numa resposta. Inutil. apesar de tudo, ela é simpatica. é carioca... a gente dá um desconto... e ela foi embora cedo então nem deu pra enjoar muito do sotaque (que fique claro que não tenho nada contra cariocas - minha familia é toda de lá). Além dessa companhia apendicítica, lá também se encontravam o barman ruivinho (aquele que só a larissa achava bonito). ele nem estava tão feio do que eu me lembrava, mas ele ainda toca as mesmas musicas dor de cotovelo. e o bailarino russo. Dessa vez, no lugar do chinelo, ele usava uma touca, por isso que o amigo da Karina tava nershvoso. O coitado em Paris e a gente levando ele pra ver menino de touca. hahaha também tinha uma mocinha atendendo e o lugar tava cheio de gente. Foi legal, mas na ultima hora, depois de uma certa pressão familiar, a karina resolveu ir embora mais cedo e eu voltei pra casa.

Domingo também foi especial. Domingo eu conheci o jardim da Alice. Um lugar encantado, mágico, lindo. De dar vontade de botar um vestido branco, um batom vermelho, cair no meio daquelas flores e morrer de amor. O jardim da Alice não era bem da Alice, era na verdade do Monet. E era cada flor erótica. Era cada cor. Cada cheiro. Uma onda de estímulos nervosos. Tinha o laguinho, a ponte e as ninféias. E tinha também a casinha dele. Mas o jardim era demais.

A diquinha de moda também tem! Meninos e meninas: a franja é dividida lá na linha final da sombrancelha. É, lá do lado da cabeça, quase em cima da orelha. Pode dividir bem divididinho e jogar tudo pro outro lado, do jeito que der. E as cores da estação são o laranja abóbora, o roxo beringela e o azul petróleo.

O resumão da semana também tem! Descobri o erotismo das flores e que farofa de rico tem outro nome. Depois de achar a música de A Deriva na internet, tenho escutado repetidamente, incessantemente. E cada vez é um arrepio novo, uma vontade de ler todos meus livros de uma só vez, e de usar todos meus perfumes, de escrever, de fazer um filme, de desenhar, de chorar, de dançar, de correr. Outro dia no trem, um rapaz lia uma partitura e balançava a cabeça. a musica estava toda dentro dele.

Hoje o email foi mais curto.
Profitez,

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