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13/06/2012

journal FV

paris tem cheiro de saudade...


13/09/09
Ois malvados!

Hoje, devido a falta de respostas, ao inferno astral e a tpm, declaramos greve! no journal de voyage. Nós (eu e a pomba gira) da redação do journal estamos revoltadas com a falta de amorsh e atenção dos nossos leitores. Somados os outros fatores, é insuportavel continuar com esse semanário! Agradecemos a compreensão, au revoir!



Ah ta, que eu ia dar esse prazer pra vocês né! Mudei de idéia, vou escrever sim sobre a semana 5 dessa vidinha. E vai ser insuportavel, tendo em vista o meu estado de fervor emocional. Culpem o inferno astral. 

Comecei a semana levando bronca do homi do Ru. Não, não era o mafioso. O verdadeiro Ru abriu finalmente. Não é tão grande quanto o da Unb, mas chega a ser mais bagunçado. Tem opção demais de comida, e a cada uma muda o preço, aff, e cada fila vai prum lado, ê-ê, pelo menos não tem aquelas catracas! Mas a bronca não teve nada a ver com isso. Foi porque me deram um bife cru. Aiai, não, não sou exigente, o boi tava tão vivo que não dava nem pra cortar! Uma coisa nojenta. Aí pensei umas 5x se valia a pena ou não ir lá pedir pro cara me fazer esse favor. Sim, favorzíssimo, porque a obrigação dele era me servir um bife, ninguém disse tragável ou não. Enfim, tomei o guts necessário e fui. Enfrentei a fila de japas/coreanos/americanos. O homi, já de olho no meu prato cheio, veio perguntando o que é que eu queria afinal! Disse eu "sr. err, será que err, dava pra err, passar mais o bife, err..." aí ele começou a resmungar, e eu no err... e ele resmunganu. Minha sorte é que eu só entendo 1/3 do que eles falam, então fiquei sorrindo e agradecendo, e o homi resmunganu. Uma chatice. Próxima vez pego o macarrão que ainda era mais barato. Acabou que joguei metade do boi mal passado fora, porque a má vontade do homi conseguiu amargar a comida todinha!

Aí pra me adoçar, fui com a karina + familia no museu da boneca. Num bequinho, um museuzinho. Uma coisinha. Com bonecas de 1800 e uma exposição temporaria da barbie. já deu pra imaginar né, só tinha mulher e criança. De repente a gente esbarrava nuns caras. Faz parte. Muito bacana. Ah sim, e tudo isso debaixo de uma chuva bizarra. Aí caminhei pelas ruas de paris com Karin+baby e descobrimos umas travessas mágicas. Travessa de bolo? Não, aquelas passagens de uma rua para outra... Mas mágica tipo a do Harry Potter? Não, mágica tipo lindinha. Eram umas travessas com umas lojas de doces, de brinquedos, de miniaturas, com umas livrarias de cinema e artes em geral, uma coisa! De dar vontade de virar mendigo pra morar ali!

N'outro dia comprei um chip pro meu celular! Agora vocês também podem me enviar mensagens, e pra quem é murrinha eu dou a dica: vai no skype e lá na opção de telefonar tem uma opção de enviar mensagem! CUSTA MENOS DE 30 CENTAVOS, NÃO TEM DESCULPA! Nesse dia também comprei uns brinquinhos, porque estou me sentindo muito peixe fora d'agua nessa terrinha. Aí fiquei vendo a moda mudar de estação e eu ficar com as roupitchas de sempre... me dei esse luxinho e me fez bem. Também comprei meu casaco de inferno, digo, de inverno, mas aí não foi luxo, foi necessidade mesmo.

ah sim, também entrei na campanha adote um amigo! Agora eu ando com um cartaz pendurado nas costas escrito "hugs free". Mentira, mas o francês me ligou, ou seja, 'beijos te ligo' não é necessariamente da cultura francesa, e me adotou como amiga! Ai que alegria, agora eu tenho um amigo que já dura 3 dias! O nome dele é Clement. Ele é engenheiro de bonde e ator nas horas vagas. A gente foi numa peça de teatro. Num lugar lindo, que ficava num buraco. Tudo que é lindo nessa cidade fica num buraco (a descontar a torre eiffel). Um teatrinho, parecendo meio improvisado, mas muito confortável. Vimos volta ao mundo em 80 dias. Comedia quase pastelão, porém bem montada, com ótimas soluções de cenografia e um figurino completo! Isso foi na quinta. Comentei sobre um festival que ia até domingo de curtas metragens e ele foi comigo no sábado. Também num lugar lindo que ficava num buraco. Era tipo um centro cultural pequeno, mas que ao lado tinha esse restaurante com jardim de inverno e tudo, além de musica boa. No meio dos curtas tinha um brasileiro. Um dos melhores. Chamado Muro. Um filme de Tião. também fui nesse festival na sexta. Foi num parque bem interessante, com uma pedra enorme do meio de um laguinho, e no meio da pedra tinha uma ponte de madeira que dava lá na ponta, onde tinha um coreto. Uma coisa de romântico, mas eu estava sozinha então não foi tão romântico assim, e eu nem subi na tal pedra, então foi menos romântico ainda. E nessa solidão toda eu tremia. Tremia de frio, que nem vara verde. Achei que ia morrer. Até ver um vendedor ambulante de cobertor. não, não era uma miragem, mas era a salvação. Não hesitei em gastar módicos 4 euros pela minha sobrevivência. Passados o frio e a solidão, já que o bom cobertor aqueceu até meu coração, comecei a fazer rimas de alegria. Mentira, não faço nada alegre, muito menos rimas, porque estou de tpm em pleno inferno astral. Vê se pode alguém ficar feliz e fazer rimas num estado desses.

Aí domingo foi o primeiro domingo do mês, entón aproveitamos (eu e mamadi) para ir num museu de graça! Fui no Quai Branly - de ashte ezótica. Dessas da Áfffrica, da Oceania, da Índia... até a Argentina foi considerada ezótica, menos o Brasil. Tá, fomos contemplados sim, com um mísero cocarzinho - desses de peninha de periquito - e uma lança. O QUE? Tinha até roupa de índio americano, máscara de índio canadense, e do Brasil o que? Um mísero diadema de periquito! E é na praia de quem que eles vem se banhar?! Ahn? E ainda ficamos pro final da exposição, justo quando todo mundo está exausto, passando batido pelas coisas de tanta preguiça. Agora me pergunta se alguém vê o nosso diadema?! Deixa que eu mesma respondo: duvido! Eu quase que não vi! E olha que fui coisinha por coisinha lendo nas etiquetas o lugar de onde elas vinham, só pra me orgulhar, e quase perco das vistas nosso diademazinho de peninha de periquito. Enfim. Também tava tendo uma exposição temporaria do tarzan, mas não foi tão legal.

Hoje fui com a Karina - familia na universidade. Me disseram que não estávamos inscritas. Um nervoso. Fomos n'outro lugar resolver essa pendência, que obviamente não se resolveu. Fiquei 1h numa máquina de xerox tirando copias. Eu mesma tirando as cópias. Quase a Mulher que copiava. No mais foi assim a semana.

Ah sim, semanário passado faltou a diquinha de moda, entón, seguem várias neste aqui para compensar: meninos, podem botar o sapatinho pra fora do armário. Aqui, mais que o allstar e o keds, é sapato com tudo. calça jeans, social, bermuda e vá lá com o que mais vocês conseguirem. Para as meninas, sandalinha gladiador. Para os dois, aqueles fones de ouvido grandes e sem fio, sabe, modernões, que é pra mostrar que você é antenado nas novidades musicais. Também vale ter sempre à mão um celular desses mais específicos e coloridos de tocar musica. 

Bom, e dessa até Janes Joplin duvidava, a moda hippie está com toda nesse inverno. Blusões folgados, com mangas boca de sino, estampa miuda e coletinhos à la Cruela Devil (é cada um que dá até pra por nome: fifi, mimi, lulu e por aí vai), sandalinha rasteira, corinho no cabelo, bolsinha de franja. Já deu pra entender né? 

E pra terminar (podem rir de alivio, meus caros, o email está no final, mas quem ri por último, ri melhor) o resumão: esses últimos 3 dias fez menos frio. O sol tem sido corajoso e apontado entre as nuvens. Na fila outro dia tinha uma família: mãe, pai e no seu ombro, a baby girl. E enquanto batucava na careca do pai, a filha lia nos lábios da mãe "i love u" e respondia "no i love u more" e depois trocavam beijos e abraços. Essa semana quero ir ver o filme do Zé do Caixão que vai passar num festival de filmes bizarros, chamado - no bom e velho ingles(?), Embodiment of Evil. Hoje um mendigo passava por mim cantarolando quando pesquei "le collier qui brille au soleil" e quando me dei conta, o colar que brilhava no sol era o meu. Paris é uma cidade de muitos cheiros, já disse Grenouille de O Perfume. Em uma mesma rua você vai passando e sentindo as nuances. Tem cheiro salgado de pão, e azedo de gente; tem um cheiro específico da linha do metrô que eu pego pra ir pra casa (numero 4) que me lembra uma assadeira de biscoitos quente. Mamis diz que é fuligem. Toda moeda tem duas faces.

HA HA HA

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